Data: 03/06/2003
Sessão: 104.1.52.O
Hora: 17h18
O SR. ENÉAS (PRONA-SP.
Como Representante. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e
Srs. Deputados, na década de 80, exatamente em 1986, presidi a Sociedade
de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro e deflagrei campanha que
visava estabelecer consciência no seio da juventude e da adolescência do
que representava o terrível hábito de fumar.
Naquela ocasião, não tive — como sói acontecer — o Poder Público mobilizado do meu lado. Agora fico estarrecido quando vejo, após algum progresso ter sido alcançado no País, vir à tona apresentação de medida provisória que busca perpetuar por mais alguns anos o direito de uma propaganda terrível ser apresentada à juventude como resultado de sucesso e prodígio, uma vez que é ligada permanentemente à imagem de sucesso de desportistas que conseguem projetar-se no cenário mundial.
Todo o mundo precisa saber que não pode haver transigência com o cigarro. O primeiro que se coloca na boca — é bom que se saiba — equivale a um cano de descarga de automóvel. A quantidade de monóxido de carbono ingerido e aspirado na fumaça de cigarro é muito grande. Cigarro é veneno. Na verdade, é a única causa de morte evitável, segundo a própria Organização Mundial de Saúde. Não pode haver transigência. Se há concurso de Fórmula 1 ou Fórmula 2, não interessa. Trata-se de falta de respeito com a população. Que o Governo se ponha de joelhos e outras coisas, tudo bem. Que ceda às transnacionais, tudo bem. Não adianta falar mais. Mas que o Governo, pelo menos em sua mediocridade proterva, coloque-se a favor da saúde da população. Não pode haver transigência.
Que esta Casa, a qual pertenço e para a qual fui trazido pela maior parcela da população que votou em Deputado Federal, não ceda a mais essa sórdida atitude e diga não a essa medida provisória.
Muito obrigado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário