quarta-feira, 6 de julho de 2005

Verdadeiros interesses da pretendida proibição definitiva da comercialização de armas de fogo no País. Posicionamento favorável do PRONA à Emenda de Plenário ao Projeto de Decreto Legislativo 1.274 de 2004 (Autoriza referendo acerca da comercialização de arma de fogo e munição em Território Nacional, a se realizar no primeiro domingo do mês de outubro de 2005), que transfere a data do referendo para o primeiro domingo do mês de outubro de 2006, data das próximas eleições.

Data: 06/07/2005
Sessão: 171.3.52.O
Hora: 20h44

O SR. ENÉAS (PRONA-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Inocêncio Oliveira, colegas Parlamentares, povo brasileiro, existe uma razão última para todas essas questões apresentadas no nosso Congresso Nacional e nos congressos de outros países, que habitualmente não é abordada.

O que existe de fato é um projeto mundial de dominação, e ele está em franco andamento. Esse projeto se assesta fundamentalmente em países como o nosso, que se apresentam no cenário internacional. E mesmo dentro do contexto social de cada um deles como países livres, quando, de fato, não o somos. Nós, na nossa terra, no nosso querido Brasil, somos uma colônia gigantesca, que obedece aos ditames de um poder mundial diabólico, que determina de fora para dentro tudo o que é feito no País.

Não adianta gritar, como muitos colegas vêm fazendo aqui. Não adianta dizer que alguns países estão copiando modelos. Os países apresentados como modelo são tão dependentes como o nosso. São absolutamente subalternos ao poder mundial, que padece de iniqüidade extraordinária e dita as normas de tudo o que se passa no Brasil.

Assim entendemos o que ocorreu nos últimos tempos, desde que, por exemplo, chegamos a esta Casa. Tudo foi determinado fora das nossas fronteiras. O mais curioso é a desfaçatez com que se apresentam essas fórmulas, como se fossem a solução de todos os problemas nacionais. Quem, com honestidade, não sabe que, nas grandes metrópoles e megalópoles, as pessoas são assassinadas não por armas compradas, como disse o ilustre Deputado Alceu Collares, mas por armas sobre as quais não se tem o menor controle? Nos presídios entram armas - claro que com a conivência das autoridades ali constituídas.

Todas as pessoas que possuem um mínimo de lucidez intelectual sabem que a cada instante dezenas, centenas de pessoas são assassinadas. O desarmamento, que inclusive já foi votado na Casa, não leva a resultado algum, a não ser fazer - como disseram os colegas, que lamentavelmente se excederam - com que pessoas desarmadas não tenham condição alguma de defesa.

Há poucos dias uma amiga minha teve sua casa invadida no Rio de Janeiro. Desesperada, não sabia o que fazer, porque ninguém tinha uma arma em casa. Ora, se qualquer pessoa tem o seu lar invadido, tem de rezar, colocar-se de joelhos e pedir ao criminoso que não atire, pelo amor de Deus. Isso é um absurdo colossal! Repito o que disse muitas vezes nesta Casa, quando se falou de reforma previdenciária e tributária e de tantas outras veleidades que foram aprovadas: é partir do pressuposto de que a maioria dos seres humanos não pensa coisa alguma.

É preciso dizer que o referendo é importante? Claro que sim! Mas, por que fazê-lo de maneira tão açodada? Por que gastos tão vultosos? Não interessa se são de 200 milhões, se não são vultosos. Por que a precipitação de resolver a questão com tanta pressa, uma vez que a lei já está em vigor? Se é desejo da opinião pública, por que não se faz o referendo no ano eleitoral? Quais as razões mais profundas que fazem com que todas essas coisas sejam feitas de maneira tão precipitada?

Certamente, por trás disso há interesses extraordinários não apresentados. O que se pretende, mais uma vez, é enganar a população. Foi dito aqui que a população será esclarecida. Será mesmo? Será que já o foi alguma vez? Será que os meios de comunicação falam, de fato, a favor da população? Será que os meios de comunicação, dominados por esse poder diabólico a que me referi - o poder mundial -, vão informar a população? Não acredito.

Digo isso de cátedra porque acompanho esse processo há 16 anos, desde que, em 1989, pela primeira vez, entrei como ator no cenário político. É preciso que o povo que assiste aos nossos pronunciamentos tenha plena consciência - perdoem-me, senhores - de que, mais uma vez, está sendo enganado. Mudam os atores, a peça é a mesma. A população, na verdade, é enganada a cada ato governamental, sempre com a ilusão de que a situação vai melhorar.

O nosso voto e do nosso partido é contra o que está sendo apresentado, a favor da emenda do Deputado Onyx Lorenzoni.

Muito obrigado. (Palmas.)